Uma das principais características do método de ensino
de Jesus é a sua flexibilidade. Ele sempre adaptava sua metodologia às
situações específicas. O que determinava o seu método era o conteúdo de seu
ensino, as características e os conhecimentos de seus discípulos, e a sua
própria personalidade.
O Mestre raramente fazia discursos ou pregações que
hoje chamamos de “comunicação unilateral”. Ele ensinava a partir de uma
situação específica; uma conversa, uma pergunta, uma necessidade ou ainda, a
partir da resistência de seus ouvintes . A grande maioria das parábolas de
Jesus foi contada como resposta a uma pergunta. Mesmo durante a instrução
verbal, Jesus direcionava seu ensino às experiências de seus discípulos.
Ensino centrado nos alunos
Jesus considerava as dúvidas, necessidades,
expectativas e até os conhecimentos de seus discípulos. A formulação e a
apresentação do conteúdo de seu ensino correspondiam totalmente ao modo de
pensar de seus ouvintes orientais.
A linguagem de Jesus era prática e ilustrada e não
abstrata e sistemática. Sua prédica e ensino eram compreensíveis, acessíveis às
pessoas simples e medianas de seu tempo.
Ensino através de métodos e recursos variados
Jesus não ensina através da simples memorização. Mas,
usava variados métodos, tais como: repetições, parábolas, simbologias,
hipérboles, trocadilhos, comparações, metáforas, provérbios, enigmas,
paradoxos, ironias etc.
Para auxiliar na compreensão de sua mensagem, o Mestre
complementava sua instrução verbal com
meios de expressão, como por exemplo, material visual e dramatização. Jesus
pegava qualquer coisa ou objeto e os usava como exemplo: sementes, pássaros,
campos, uma figueira, uma moeda, um peixe etc. As ilustrações mais notáveis de
seu ensinamento foram os seus milagres. Eles não foram somente sinais de sua
autoridade, mas também um poderoso meios de ensino. Para contrastar com a
metodologia dos rabinos, Jesus não usava o método da memorização, porém tornava
o seu ensino inesquecível por meio de palavras penetrantes e exemplos
extraordinários.
Ensino baseado na reflexão
O ensino de Jesus despertava a curiosidade, o
interesse e, acima de tudo, a reflexão de seus ouvintes. Muitas vezes, ele
respondia às perguntas com um novo questionamento ou com uma parábola, o que
levava sua audiência à formulação de suas próprias conclusões. As parábolas são
exemplos disso. A intenção de Jesus não era confundir seus ouvintes, mas desafiá-los
a descobrirem o significado das palavras que ele proferia. Jesus foi o maior
pedagogo de todos os tempos: desafiava seus alunos a aprender a partir do
próprio esforço.
A pedagogia moderna diz que o professor deve propor
situações de ensino baseadas nas descobertas espontâneas dos alunos. A
aprendizagem se realiza através da conduta ativa do aluno, que aprende mediante
o que ele faz e não o que faz o professor.
A maior parte dos ensinos de Jesus contrariava a
hipocrisia dos fariseus, sacerdotes, levitas e judeus religiosos. Ele não
falava de tudo abertamente, mas os que se interessavam pelas coisas do Reino de
Deus, podiam entender com perfeição o que dizia através das parábolas.
Ensino baseado em relacionamentos
Se o principal objetivo do professor é “transferir
saberes” não há necessidades de se estabelecer relacionamentos. Mas, se sua
meta principal é transformar o aluno a fim de que seja semelhante a Cristo, uma
convivência positiva e afetuosa será essencial. Jesus “nomeou doze para que
estivessem com ele”(Mc 3.14).
Ensino baseado no interesse do aluno
Suas histórias conquistavam o coração de seus ouvintes
porque vinham diretamente de encontro às suas próprias frustrações e
desapontamentos. Falou de um servo impiedoso (Mt 18.23), de salários iguais por
trabalhos desiguais (Mt 21:1ss), do assassinato dos lavradores (Mt 21.33ss),
dos convidados indignos do casamento (Mt 22:1ss).
Fonte: Tuler, Marcos, Abordagens e práticas da pedagogia cristã, Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
Fonte: Tuler, Marcos, Abordagens e práticas da pedagogia cristã, Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
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