A FAMÍLIA DE ABRAÃO

O EFEITO DA BÍBLIA NO CÉREBRO HUMANO

O QUE É O HOLOCAUSTO?

BASES BÍBLICAS PARA O ESTUDO DAS ESCRITURAS - Por Luiz Corrêa Filho

 

     É errado o crente estudar sistematicamente a Palavra de Deus? Sendo chamado para a obra devo buscar um preparo mais eficiente?

     Existe uma ideia de que o crente não precisa estudar a Palavra de Deus de forma sistemática. Afirmam alguns que o Espírito colocará as palavras na boca, porém a Bíblia afirma que a boca fala aquilo de que o coração está cheio. É necessário, portanto, encher o coração da Palavra de Deus, e por que não fazê-lo de forma sistemática?

     Procuraremos apresentar neste artigo algumas bases bíblicas para o estudo das Escrituras, apresentando evidências no Antigo e Novo Testamentos, esperamos com isso contribuir para que crentes sequiosos da Palavra, e especialmente os chamados para o ministério, sejam motivados a buscar aperfeiçoar-se no manejo da Palavra da Verdade.

     I - Evidências no AntigoTestamento.

   l.1- Samuel liderava uma "escola" de profetas (1 Samuel 19.19-20).

   Somente aos 30 anos o judeu podia exercer ministério. Em virtude disso Samuel ficou até completar essa idade, aprendendo com Eli. Depois fundou uma escola de profetas.

     Que aprendiam ali?

     Não era ensinado como produzir uma profecia, porque essa é dada pelo Espírito Santo, mas estudava-se o ofício de profeta. As revelações de Deus que já existiam.

1.2 - Elias era líder de uma escola de profetas.

    Se existiam discípulos, então deveriam haver o mestre, o professor.

     Em algumas traduções fala-se dos "filhos dos profetas", em hebraico "filho" significa "discípulo" e não um ser gerado.

1.3 - Eliseu liderava uma escola de profetas (2 Rs 4.38-41; 6.1-7 e 9.1).

     Observa-se as características de uma escola:

     Havia o diretor - "Meu Senhor", 6.1. Eram internos. Pobres - Geralmente a maioria dos que compôem escolas bíblicas são de classe pobre. Esse grupo acompanhava Eliseu onde ele ia. A sede ficava em Jericó.

1.4 - Amós - Ele admitiu a necessidade de se tornar discípulo de profeta para depois exercer o ministério.

     Amós 7.14 - ele considerava o seu cargo como uma exceção.

     II - Evidências no Novo Testamento.

     2.1 - Jesus como homem judeu estava sujeito às exigências do judaísmo. O sistema educacional judaico exigia que as crianças judias estudassem. Essa aprendizagem  iniciava no lar e tinha continuidade na sinagoga (Lucas 4.16.)

     O pai e a mãe que não atendessem as exigências da Lei judaica estavam sujeitos à penalidade. A sinagoga servia para culto, tribunal, e escola. Para lá se dirigiam as crianças judias. Jesus cumpriu toda justiça, logo, também aprendeu em escola.

     Como criança Jesus aprendeu a ler e a escrever (Lucas 4.16; Jo 8.6).

    Jesus desenvolveu-se como qualquer criança normal: física, intelectual e espiritualmente, embora que, sobressaía a espiritual (Lucas 2.52).

    Procurou a companhia dos mestres (aquele que ensina) de seus dias (Lucas 2.46).

    Tornou-se mestre judaico, recebendo os 3 graus de mestre. Só receberia esse título uma pessoa que tivesse tido um preparo especial.

     a) RAB - grau inferior,

     b) RABI - grau médio (Jo 3.2 "meu mestre").

     c) RABONI - "meu Senhor", "meu mestre" grau superior (Mt 2.24).

     Na sinagoga estudava-se ainda aritmética, caligrafia, história, geografia, agricultura, noções de estratégia militar e a Lei.

     Jesus foi reconhecido como mestre:

     a) Pelos saduceus - Mt 22.24

     b) Pelos doutores da Lei- Mt 22.34-36; Jo3.1-2 ; Lc 11.15

     c) Pelo povo em geral - Mt 26.18; Lc 8.49

     Ele próprio se reconheceu mestre e Senhor (RABONI): Jo 13.13-14).

     Foi recebido como mestre no Templo - Mc 11.15-18; Mc 12.35.

     Não foi formado nas grandes escolas gregas do seu tempo. Por isso suas palavras e milagres causaram espanto, Mt 13.53-56; Mc 6.2,3.

     Embora cumprindo também toda justiça humana (Mt 3.13-15; Mt 17.26,27). Jesus realizou a obra que estava nas suas mão pelo poder do Espírito Santo. Era profeta e ungido de Deus.

     2.2 - Exemplo dos apóstolos

     Como Jesus, receberam instrução na infância. Falavam pelo menos três idiomas: aramaico, grego e hebraico. Não eram doutores (At 4.13 - "indouto" significa sem letra, significa que não eram doutores e não tinham um conhecimento especial de causa, isto quer dizer que não eram analfabetos).

     Nota: A interpretação de 2 Co 3.7,8; trata-se da Lei.

     Paulo foi instruído na Lei tendo sido discípulo de Gamaliel que era membro do sinédrio e doutor da Lei judaica (At 5.34; 22.3).

     Conclusão:

     Esperamos que através deste breve estudo de evidencias para o estudo de evidências para o estudo sistemático das Escrituras tenhamos de alguma forma contribuído para erradicar a ideia de que o crente não precisa estudar a Palavra de Deus de forma sistemática, principalmente se ele tem chamado para a obra.