SANDRO GOMES DE OLIVEIRA. Diretor do Centro de Educação Teológica e Evangelística Shekinah.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

A FARÇA DO NATAL

A GUIRLANDA REPRESENTA O DEUS SOL. MUITOS ANTES DE CRISTO, OS AMANTES DO SOL DESENVOLVERAM O HÁBITO DE TECER RAMOS DE ÁRVORES VERDES EM CÍRCULOS, PARA PENDURAR NAS PORTAS DAS CASAS

A FARÇA DO NATAL
       O período é de confraternização e solidariedade.  Famílias reunidas, trocas de presentes e um desejo de doação, caridade e perdão.  O natal é comemorado por muitas pessoas que aproveitam o momento para refletir sobre as ações realizadas ao longo do ano e agradecer a Deus pelas conquistas.  Mas, ao contrário do que  muitos pensam, a celebração nada tem a ver com nascimento de Jesus.  Você conhece a verdadeira origem dessa festa? 
       O Filho de Deus não nasceu no dia 25 de dezembro e não existem estudos bíblicos que confirmem a data.  Esse período é de frio intenso em Jerusalém e seria  difícil imaginar um menino nascendo numa manjedoura, num  estábulo  sem proteção, nas condições de extremo frio daquela região.  O mais provável é que Ele tenha nascido entre março e novembro, quando  as condições climáticas são mais amenas.  Então, por que  o dia 25 foi escolhido  para ser o aniversário de Jesus? 
       A origem da celebração não é bíblica.  Existia uma festa pagã celebrada no dia 25, que comemorava o nascimento do deus sol e se chamava “Natalis Solis Invicti” (Nascimento do Sol Invencível).  Essa festa esteve inserida de uma forma intensa nos costumes populares há milhares de anos.  Por volta dos anos 300, depois de Cristo, quando o imperador Constantino se declarou cristão, o cristianismo foi colocado em um nível de igualdade com o paganismo. Por isso, muitas celebrações não foram exterminadas pela influência cristã.
       O natal, então, surge como uma sacralização de uma comemoração que já era realizada pelas religiões pagãs.  Ou seja, tornaram sagrada uma festa que era profana, na tentativa de transformar as religiões pagãs em cristãs.
       Hoje, o que se faz é o mesmo culto ao deus sol,  que ganhou outro nome e já teve tantos outros.  Nos tempos da Grécia antiga, antes mesmo do Império Romano, ele era chamado de Zeus.   No Egito, era chamado de Osíris.  O dia  25 de dezembro foi,  portanto, a data escolhida para  a  celebração desse deus pagão.  Para os sumérios,  o nome era  Tamuz.   Ele morreu durante uma caçada e o seu corpo ficou caído sobre um tronco apodrecido.  No local,  nasceu um pinheiro.   Em toda celebração a esse deus, tornou-se comum levar um pinheiro para casa, para simbolizar o seu renascimento. Qualquer semelhança com os dias atuais não é mera coincidência.
       Enquanto muitos comemoram essa festa que em nada tem a ver com o nascimento de Jesus, os judeus celebram a vitória no combate ao deus sol, o mesmo deus pagão do natal.  Isso porque, no ano de 169 antes de Cristo, o governador sírio Antíoco invadiu o Templo Sagrado, em  Jerusalém, e colocou uma estátua de Zeus no local.  Antíoco havia decretado o fim da religião judaica e destruído diversas sinagogas. Os sírios assumiram o controle de Jerusalém e isso revoltou os judeus.
       Três anos  depois, no 25º dia do mês de Kislev (o 9º mês  judaico),  os judeus venceram a batalha.  Eles reconquistaram o Templo, retiraram  a estátua do deus  sol e reacenderam a Menorá (candelabro),  que estava apagada.  O óleo disponível para manter as chamas acessas era suficiente para um único dia.  Por um milagre, a chama queimou por 8 dias.
       É por isso que esta comemoração é chamada de Chanucá ou Hanukkah, que  significa  “festa  das luzes”. Foi durante as comemorações do Hanukkah  que Jesus declarou a Sua divindade.   “Eu e o Pai Somos um” (João  10.30).  Ele escolheu a festa das luzes para anunciar o quanto Ele era especial.
       O fato de não se saber a data exata do nascimento de Jesus não motivo para desconsiderar a Sua celebração.  Mas, muito mais importante do que comemorar o nascimento de Cristo é refletir sobre o que Ele fez.  Não adianta cometer loucuras financeiras para comprar presentes e  participar dos festejos, que se tornaram uma verdadeira diversão comercial.
       “O natal é uma época deprimente para quem não tem dinheiro.  Muitos nessa época do ano sentem-se excluídos, outros se lançam na bebida e nas drogas, outros caem na depressão, na solidão, alguns até mesmo cometem suicídio”, diz Renato Cardoso, em vídeo onde explica o significado da festa.  Valores como solidariedade e gratidão não devem ser colocados em  prática em um único dia, mas todos os dias do ano.
Fonte: Folha Universal B2 – 15 de dezembro de 2013