Próxima à estrada que vai de Jerusalém para Belém, está
um campo que permanece vazio desde o final dos anos 1980. Os Estados Unidos o
designaram como o terreno para a Embaixada americana.
Desde que o
Ato da Embaixada de Jerusalém foi assinado e se tornou lei em 1995, as
resoluções do Congresso americano para relocar a embaixada de Tel-Aviv para
Jerusalém têm sido deixadas de lado por presidentes que impõem atrasos
sucessivos de seis meses paa a mudança.
O atual
governo americano está até questionando se Jerusalém é de algum modo parte de
Israel, e afirma que o status da cidade só será determinado durante futuras
negociações. O atraso, em grande parte, tem a intenção de apaziguar os inimigos
árabes de Israel, que declaram quase que diariamente sua determinação de nunca
reconhecer Jerusalém como capital de Israel ou Israel ou Israel como uma nação
judaica.
Para
exacerbar a questão, existe a escalada da contenda anti-sionista no Ocidente,
afirmando que os israelenses são ladrões de terra, intrusos ocupando terras
alheias, que devem ser mantidos sob controle pelas autoridades internacionais,
as quais ditam onde as fronteiras são traçadas e quem fica com qual porção de
terra.
Faltando
está qualquer semelhança com a verdade e a justiça. Um acordo justo demanda uma
escolha entre adotar um arbítrio político revisionista ou o fato histórico
inegável.
De início,
a alegação de que os muçulmanos são anteriores aos judeus naquela região e que
o povo judeu nunca habitou Jerusalém antes dos tempos modernos é rídicula. Afirmar
que os patriarcas judeus eram islâmicos e que Jesus era um palestino defensor
da liberdade teria sido embaraçoso em uma época mais racional.
Na verdade,
a reivindicação que o islamismo faz de Jerusalém é um adendo baseado em uma
lenda, sem nenhum suporte de documentação histórica. E, embora os muçulmanos venerem
o Domo da Rocha e a Mesquita al-Aqsa no Monte do Templo, Jerusalém não é centro
mundial da religião islâmica. Tal honra reside em Medina e em Meca, na Arábia
Saudita. É para a pedra da caaba, em Meca, que os muçulmanos afluem aos milhões
anualmente, não ao Muro Ocidental ou ao Monte do Templo, cujo controle foi,
incidentalmente , cedido aos palestinos através de uma acordo imposto de dois
Estados.
Assim,
quando o embaixador de Israel nos Estados Unidos, Ron Mermer, no Dia de
Jerusalém, em maio de 2014, publicamente incitou o Congresso a mudar a
Embaixada, ele tinha os fatos e a justiça ao seu lado. “Já está ‘finalmente’ na
hora”, disse Dermer, ‘de os Estados Unidos reconhecerem Jerusalém como a
capital “indivisível” de Israel e de mudarem sua Embaixada para lá”.
O apelo de
Dermer vai muito além de uma manobra diplomática. Ele reflete uma essência que
não é incorporada por nenhuma outra cidade sobre a face da terra. Há muito
tempo, Elhanan Leib Lewinsky, escritor hebreu sionista, declarou: ‘Sem Jerusalém,
a terra de Israel é um corpo sem alma”. É verdade!
Outras
capitais de países podem ser apreciadas por sua beleza, podem ser fortalezas de
poder, centros de comércio e governo. Mas somente Jerusalém representa a alma
de uma nação. Por mais de 3.000 anos, desde que o rei Davi comprou o que hoje o
Monte do Templo (Monte Moriá|) e estabeleceu Jerusalém como a capital
permanente do povo judeu, cada página significativa da sua história – bíblica
ou secular – é selada com a autenticação de propriedade judaica.
Talvez o
mais notável seja que Jerusalém, subjugada e reduzida a escombros, jamais tenha
sido eliminada dos anseios coletivos do povo judeu. Junto aos rios da longínqua
Babilônia, os judeus exilados pranteavam por Jerusalém com os mesmos
sentimentos saudosos que as modernas gerações da Diáspora:
“As margens dos rios da Babilônia, nós nos
assentávamos e chorávamos, lembrando-nos de Sião. Nos salgueiros que lá havia,
pendurávamos as nossas harpas, pois aqueles que nos levaram cativos nos pediam
canções, e os nossos opressores, que fôssemos alegres, dizendo: Entoai-nos
algum dos cânticos de Sião. Como, porém, haveríamos de entoar o canto do Senhor
em terra estranha? Se eu de ti me esquecer, ó Jerusalém, que se resseque a
minha mão direita. Apegue-se-me a língua ao paladar, se me não lembrar de ti,
se não preferir eu Jerusalém à minha maior alegria” (Sl 137.1-6).
Tampouco os
cristãos estão imunes à atração do amor por Jerusalém. Ela é o berço da Igreja
e a origem de mais de 2.000 anos de proclamação do Evangelho da paz e
reconcilição com Deus.
Uma
Jerusalém não-dividida, em um país (Israel) que dá plenos direitos e
privilégios de cidadania igualmente a judeus, árabes e cristãos, não é
obstáculo, mas uma solução. Ignorar o óbvio e retornar a uma cidade dividida,
que separa o povo judeu de seu berço natal não beneficiará ninguém; ao
contrário, piorará as coisas e permanecerá como um dos maiores erros da
história. (Israel My Glory)
Elwood
McQuaid é consultor editorial de The Friends of Israel.
Fonte: Notícias de Israel, Março de 2015, Chamada da
Meia-Noite, Brasil