Este blog tem a finalidade de abordar assuntos relacionados com a defesa da fé cristã. O apóstolo Paulo em sua carta destinada a igreja que estava em Filipos, declara que foi posto para defesa do evangelho(Filipenses 1.16). - Sandro Gomes, Servo, Pastor, Missionário, Teólogo, Capelão, Pedagogo e Diretor da Missão CETESH. Casado desde 1988 com Rose, pai de Jônatas, Jadiel e Josué.
SANDRO GOMES DE OLIVEIRA. Diretor do Centro de Educação Teológica e Evangelística Shekinah.
segunda-feira, 23 de dezembro de 2019
EDUCANDO E EVANGELIZANDO COM JESUS CRISTO: GEPACNET - LIVRO EM ÁUDIO: O HOMEM QUE ORAVA
EDUCANDO E EVANGELIZANDO COM JESUS CRISTO: GEPACNET - LIVRO EM ÁUDIO: O HOMEM QUE ORAVA: ESCOLA CAMPO MISSIONÁRIO NÃO EXPLORADO PASSATEMPO CPL MODULO AMARELO CPL MÓDULO VERDE FINANÇAS CPL MODULO AZUL MATERI...
quarta-feira, 18 de dezembro de 2019
Principais Características da Metodologia de Ensino de Jesus
POR: SANDRO GOMES DE OLIVEIRA
RESUMO
O artigo salienta a psicopedagogia de Jesus e busca
apreender de seus objetivos e metodologia de ensino exemplos relevantes para o
exercício docente. A pesquisa se baseia fundamentalmente em textos, discursos e
ensinos pronunciados por Jesus nos seus 3 anos de ministério. Sendo a pesquisa
qualitativa de cunho bibliográfico, servirão de referência os autores J. M.
Price, Otto Borchet, Nilson Guedes de Freitas e Augusto Cury. Uma das principais característica do método
de ensino de Jesus é a sua flexibilidade. Ele sempre adaptava sua metodologia
às situações específicas. Através da pedagogia do amor, ele demonstrou grande
afetividade para com os seus alunos. Jesus era claro, preciso e objetivo.
Palavras-chave: Jesus Cristo; Psicopedagogia; Objetivo; Metodologia
ABSTRACT
The article stresses the educational psychology of Jesus and
attempts to grasp their goals and examples relevant teaching methodology
for teaching exercise. The research is mainly based on texts, speeches and
teachings spoken by Jesus in his three years of
ministry. As the qualitative research literature nature, will serve as the
reference the authors JM Price, Otto Borchert, Nilson Guedes de Freitas and
Augusto Cury. A major feature of Jesus' teaching method is its
flexibility. He always adapted its methodology to the specific
situations. Through the love of teaching, he showed great affection
towards their students. Jesus was clear, precise and objective.
Keywords: Jesus Christ; educational
psychology; Goal; Methodology
1. INTRODUÇÃO
A prática pedagógica de Jesus tem sido alvo de grande
reflexão ao longo da história. Este artigo vem salientar a psicopedagogia de
Jesus, considerado por ilustres mestres e escritores, como o maior educador que
já existiu. O autor do livro o Jesus histórico, Otto Borchert, (1985) escreve:
“A mente de Jesus é muito abrangente. Quase todas as ciências podem
contá-lo entre os seus notáveis. O
psicólogo precisa olhá-lo com respeito, pois nunca houve um homem que conhecia
os seus semelhantes como ele... “(p. 156).
Entretanto, não só os psicólogos, como também os
pedagogos podem aprender de Jesus. Aprender por exemplo, como compartilhar o
ensino através do uso de ilustrações; como tornar um objeto acessível e
relacioná-lo com outro inacessível; de forma magistral, Jesus despertava a
atenção dos ouvintes e fazia com que o interrogador respondesse às suas
próprias perguntas (Lc 10.29,36).
Em última análise, o naturalista também pode aprender
de Jesus e ser-lhe grato. Ele tinha uma apreciação pelas maravilhas da
natureza! Numa certa feita ele disse: Considerai como crescem os lírios do
campo... nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles” (Mt
6.29). Com o seu olhar clínico Jesus
demonstrou como estava adiantado em relação à sua época.
Uma das principais características da metodologia de
ensino de Jesus é a sua flexibilidade. Ele sistematicamente adaptava sua
metodologia às situações específicas. Concordo com Price (2008) quando diz:
“Certamente aqueles métodos lhe eram coisa natural, e não fruto de deliberados
estudos e planificações, e brotavam da ocasião e da necessidade” (p. 111).
Raramente Jesus fazia preleções que atualmente
chamamos de “comunicação unilateral”. Ele ensinava a partir de uma situação
específica; um diálogo onde surgiam perguntas, uma necessidade ou
questionamentos oriundos de seus opositores. A maiorias de suas parábolas, por exemplo, foi contada em
resposta a uma pergunta. Jesus sempre utilizava-se
das experiências de seus ouvintes para instruí-los.
Jesus foi eficiente no magistério, em virtude dos
elementos que contribuíram para prepará-lo. Price (2008) escreve: “Não basta
apenas conhecer o conteúdo a ser ensinado, mas é preciso empatia para com os alunos e colegas de
profissão” ( p. 9 ).
Um autor desconhecido, citado por Price (2008)
ilustrou de forma brilhante, Jesus como Modelo de Mestre:
Jesus era claro, preciso, objetivo. Seu quadro-negro
era o chão, o giz, seu próprio dedo. Usava como ilustração o que estava mais
perto, o que estava à vista de todos: como uma árvore, a natureza, uma
criança.Tinha apenas duas turmas de alunos: os doze apóstolos e a multidão. Sua
sala de aula tinha por teto o céu, por banco, a própria relva. Dava, às vezes,
aulas particulares como à Samaritana; aulas audiovisuais enquanto caminhava;
aulas diurnas e noturnas, como a Nicodemos. Ensinava no mar e em terra firme,
no monte ou em casa, no templo ou caminhando. O esboço de suas aulas estava em
sua própria mente; preparava-se em oração ao Pai. Incansável Mestre, seu tempo
de ensinar era sempre ( p.8).
Price (2008) escreve sobre a idoneidade de Jesus para
ensinar: “Ninguém esteve mais preparado, e ninguém se mostrou tão comprometido
para ensinar do que Jesus. No que toca às competências, Jesus foi o mestre que
apresentou maior qualificação para o exercício do magisterio .Isto é verdade
tanto visto do ângulo religioso e humano, como do ponto de vista dos
especialistas da educação (p.9).
A escolha do tema em foco, reconheço que é de grande
relevância, pois trata da pedagogia de Jesus, que em embrião, usou em sua
praxis, os modernos métodos utilizados pelos educadores da atualidade. Concordo
com o escritor e psiquiatra Augusto Cury (2006) que diz:” A educação também não
passou incólume por esse grande mestre. Sua psicopedagogia não apenas é atual,
mas revolucionária. Ele transformou pessoas ignorantes, ansiosas e intolerantes
na mais fina estirpe de pensadores” (p.12).
Dividiremos este artigo em duas partes. Na primeira,
discorreremos sobre os objetivos do ensino de Jesus, na segunda, abordaremos
alguns métodos de ensinos utilizados por Ele. Servirão de referência, os
escritores J.M. Price, (2008), Otto Borchet, (1985), Augusto Cury, (2006) e
Nilson Guedes de Freitas, (2006).
2. Desenvolvimento
2.1 Os objetivos do ensino de Jesus
Jesus possuía objetivos claros e específicos em sua
prática docente. Inúmeros professores limitam-se apenas em apresentar o
material que se lhe forneceu. Jesus planejava com excelência o seu ensino, e
sabia perfeitamente o que queria alcançar. Ele podia avaliar os resultados de
sua prática docente, pois tinha uma meta definida.
Todo educador deve ter seus objetivos definidos. Vejamos
cinco objetivos desenvolvidos por Jesus em sua prática educativa. Como primeiro
objetivo, tem-se a formação de ideiais justos para a construção do caráter de
seus discípuos. Alguém já disse: “Caráter não é aquilo que fazemos – isto é
conduta. Caráter não é aquilo que somos – isto é o âmago de nosso eu, o homem
interior. Caráter é aquilo que somos no escuros.”
Dizem que a Hans Wagner, popular jogador de beisebol
da cidade de Pittsburg, Pensilvânia, nos E.U.A., foram oferecidos mil dólares
para que ele consentisse no uso de seu retrato na embalagem de uma certa marca
de cigarros. Wagner, porém, recusou positivamente: “Não há dinheiro que compre
a integridade de um caráter”. (Almeida, Natanael de Barros, Coletânea de
Ilustrações, p. 41).
Price (2008) diz que certo jovem deixou de tomar parte
de uma “balada” com seus amigos só pelo fato de lembrar que nenhum de seus
parentes mais velhos teriam participado deste tipo de evento. Concordo com W.
S. Athem quando diz : “Os princípios são os condutores pelos quais elevamos nossa
natureza a níveis mais altos” (p.46).
Em útima análise, por meio de seu ensino , Jesus
alertou a todos contra o orgulho, a cobiça, a raiva para com outro irmão, e
contra o olhar para a mulher, cobiçando-a, etc. No Ensino do Monte, mormente
nas Bem-Aventuranças, Jesus nos apresenta os princípios e as qualidades
práticas que devem caracterizar os cidadãos do Reino, tanto nas relações da
vida privada como da pública. Com isso, procurou formar alunos com ideiais retos e justos.
Como segundo objetivo tem-se firmar convições fortes.
Jesus sabia muito bem que só a transmissão do conhecimento ou da informação não
transformaria o modo de viver e o ambiente em que seus alunos viviam. No
processo educacional sabe-se que o grande desafio está em permanecer nos
princípios aprendidos.
Assim, sendo, Jesus procurou ampliar nos seus alunos
tanto as convicções como implantar a verdade. Isto é, através de sua prática
pedagógica, despertava o sentimento e desenvolvia atitudes. Sua meta final era
a verdade. Sabemos que a verdade transmite luz e também calor necessário para
ser eficaz. W. A. Squires citado por Price (2008) ainda escreve: “Ele [Jesus]
tratou da vida em sua plenitude, e não meramente do processo mental de seus
alunos. Ele nutriu a vida emotiva, bem como a vida intelectual de seus
discípulos.” (p. 49-50). Com essa atitude, procurou despertar interesse por
vários temas e por conseguinte, conceder informações acerca deles. Vale lembrar: “nossos alunos precisam sair de
nossas aulas percebendo bem o valor das verdades ali estudadas e debatidas.
Como terceiro objetivo, tem-se o relacionar com os
outros. Jesus procurou levar os homens a manter boas relações entre si.
Primeiramente, ele salientou o evangelho do amor. Jesus aprofundou o tema
quando disse: “Amai-vos uns aos outros como vos amei” (João 13:34). Com isso, ensinou que o verdadeiro amor derrubaria todas as
barreiras. Chamou a atenção para o
perigo do ódio, recomendando: “Orai por aqueles que vos perseguem” (Mateus
5:44). Sabemos que é muito difícil agir baseado neste princípio, entretanto,
ele é essencial para a estabilidadade de
uma relação interpessoal. O ódio certamente afetará o relacionamento entre os
homens.
Verdadeiramente, o ódio é o início para o homicídio. Alguém
já disse que: “O ódio não pode destruir o ódio, mas o amor é capaz de
fazê-lo.” Ao enfatizar a necessidade do
espírito pacifista, Jesus, foi incisivo, quando disse: “Bem-aventurados os
pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5:9).
Por meio de seu ensino (teoria) e vivência (prática),
ele nos ajuda a colocar de lado as bebidas alcoólicas, os preconceitos raciais,
a resolver os problemas entre patrôes e empregados, e a eliminar a guerra. Percebemos
que Jesus em sua jornada pedagógica vivia o que ensinava e ensinava o que
vivia. Não havia incoerência em sua postura.
Como quarto objetivo, tem-se o resolver os problemas
da vida. Jesus sempre considerou os problemas íntimos de seus ouvintes. Com
exceção do Ensino do Monte, a grande maioria dos seus ensinos registrados era
para ajudar indivíduos a resolverem problemas específicos que os desafiavam. O
ensino de Jesus é inteiramente ocasional... tirado de emergências do dia e da
hora, do contato com o povo, de conversas e incidentes.
Concordo com Price (2008) quando afirma:”O motor de
cada professor deve ser este:‘ensino que tem finalidade certa, para o aluno
saber como viver’...Quando necessário, devemos até nos desviar da lição do dia
para atender à necessidade da classe” (p.55-56). Em última análise, não
esqueçamos jamais que Jesus ensinou para resolver as necessidades e problemas
da vida.
Portanto, concluo este quarto objetivo citando uma
análise de Frei Beto, abordada por Nilson Guedes de Freitas (2006), sobre a
escola mormente pública no Brasil:
A escola está em crise, porque nada é mais cartesiano
e newtoriano do que a escola. Se os paradigmas da modernidade entram em crise,
a escola também entra em crise. E por que a escola entra em crise? São Tomás de Aquino tem uma
frase de que gosto muito: “A razão é a imperfeição da inteligência”. Ou seja, a inteligência vem de “intus
leggere” (ser capaz de ler dentro) . Há pessoas analfabetas que são sumamente
inteligentes. Interligir uma situação não depende propriamente de cultura,
depende de sensibilidade, de intuição, daquilo que a Bíblia chama de sabedoria.
E hoje constatamos que a escola nos torna cultos, mas não nos torna
necessariamente inteligentes. Passei 22 anos nos bancos escolares, e a escola
nunca tratou dos temas limites da vida, nunca falou de experiências pelas quais
passamos, se não por todas, pelo menos pela maioria, nunca falou de doença,
nunca falou de fracasso, nunca falou de ruptura de laços afetivos, nunca falou
de dor, nunca falou de morte, nunca falou de sexualidade e, se falou de
religião, não falou de espiritualidade, ou seja, temos uma escola tipicamente
cartesiana, barroca. É como aqueles anjos das igrejas de Minas Gerais e da
Bahia, que só têm cabeça, o resto é uma massa disforme. Nossa escola cartesiana
acha que devemos saber como são os conceitos de física, mas saímos da escola
sem saber consertar automóvel, televisão, geladeiras, pregar um botão na camisa, cozinhar um ovo,
fazer café. Não somos preparados para prestarmos primeiros socorros, para fazer
coisas absolutamente triviais do nosso cotidiano., porque a escola separa a
cabeça das mãos, não nos abarca na totalidade, na formação do ser como tal para
a vida. Ela dá instrumentos de compreensão
e modificação da natureza, constituem a cultura, mas não propriamente de uma
interação com a natureza. (FREI BETTO. Um Sentido para a Vida, p.4 – Citado por
Nilson Guedes Freitas, Pedagogia do Amor, p. 99-100).
2.2 Alguns Métodos de ensino de Jesus
É importante ressaltar que praticamente tudo aquilo
que atualmente faz parte das atividades educacionais foi utilizado por Jesus,
ao menos em embrião. Ele em seu relacionamento com os seus discípulos chegou a
declarar: “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração.” Apesar do povo
reconhecer sua autoridade, ele não usou de autoritarismo, mas conquistou os
corações dos seus discípulos por meio do seu ensino, do domínio dos métodos e
processos de ensino. Price (2008) escreve acerca da metodologia empregada por
Jesus:
Ele não anunciou propriamente nenhuma teoria, princípio psicológico específico como
podemos ver em Lev Semenovich Vygotsky, nenhuma teoria da biologia da educação, como a
desenvolvida por Jean Piaget, nenhuma prática pedagógica como a de Paulo
Freire, não obstante, ele mostrou
conhecer perfeitamente todos os seus elementos principais e os usou de maneira
mais que eficiente. Empregou métodos com perfeita liberdade e eficácia. Parece até que
os descobria e aplicava de modo natural. (Price, 2008, p.26).
Já vimos que Jesus praticamente empregou aqui e ali,
pelos menos em embrião, os métodos usados hoje em dia – perguntas, preleções,
histórias, conversas, discussões, dramatizações, lições objetivas, planejamento
e demonstrações. Portanto, sucintamente, veremos alguns desses métodos usados
por Jesus.
Através de lições objetivas, procurou fazer do
conteúdo ensinado uma coisa concreta e viva, e foi bem sucedido neste método. Através
dos recursos didáticos disponíveis, Jesus dinamizava suas aulas, pois sabia
utilizá-los adequadamente. Através de
objetos ou situações em que os alunos podem ver e sentir, o professor de forma
eficaz prende o pensamento, a atenção e o interesse deles, bem mais do que por
palavras que lhes dirigimos; tanto que alguns afirmam que 80% de nossos
conhecimentos nos vêm por meio dos cinco sentidos. Um dos exemplos marcantes de
lições objetivas usados por Jesus é
aquele que nos fala de quando ele tomou um menino e o colocou no meio dos
discípulos, para ensinar qual a atitude que devemos tomar para com o Reino de
Deus (Mateus 18:1-4). O mestre com este exemplo concreto, procurou dá uma lição
de humildade em contraste com a ambição, egoísmo e exaltação dos discípulos.
Eles pensavam que o Reino era algo com escalas e ordens hierárquicas, e
portanto, com promoções e distinções especiais. Existem vários outros exemplos
de que Jesus usou lições objetivas para tornar seu ensino mais atrativo, mais
claro e mais impressionante.
A semelhança de Sócrates, Jesus fez uso do método
perguntas e respostas. Este método de ensino é um dos mais antigos e um dos
mais utilizados. Sócrates, por exemplo, usava sistematicamente este método para
obter do aluno informes, pois admitia que o conhecimento é coisa natural,
inata. Este método possui o elemento surpresa. Serve para provocar pensamentos,
já que nada se aprende sem primeiro se pensar. Segundo um periódico chamado The
Sunday School, Jesus durante sua prática docente fez 154 perguntas (PRICE, 2008, p.132,133).
O método de preleções é o de discursar na apresentação
de uma determinada lição, falando o professor diretamente à classe. Neste
método o preletor pode incluir ou não o uso da lousa e de outros recursos
didáticos audiovisuais. Woodrow Wilson, que foi o 28º Presidente dos EUA,
citado por Price (2008) disse certa vez que o uso de preleções é “o método
literário na sala de aula”. É chamado também de “discurso didático” (p.127).
Jesus principalmente na primeira fase do seu ministério, ao lidar com as
multidões, fez uso deste método.
Otto Borchert (1985) destaca a singularidade de Jesus
como orador:
Como orador
público Jesus é inimitável. As pessoas
eram arrebatadas pela suas palavras. Até os soldados enviados pelo sumo
sacerdote para prendê-lo ficaram extasiados quando ouviram-no falar, e voltaram
sem terem cumprido a sua tarefa, dizendo: “Jamais alguém falou como este homem”
(Jo 7.46). Algumas vezes aconteceu que milhares de pessoas se ajuntaram para
ouvi-lo, “ao pontode uns aos outros se atropelarem” (Lc 12:1). Milhares ficaram
com ele no deserto dias a frio, tão fascinados pelas suas palavras que
esqueceram da fome e da sede (Mc 8:2). Em outra ocasião o povo declarou que a
oratória dos escribas, dos líderes reconhecidos do povo, não era de se comparar
com a dele (Mt 7:29). Por isso, assentavam-se em compactas multidões ao redor
dele, ou acompavam-se na praia, enquanto Ele Se assentava em um barco (Mc
3:31;4:1/ O Jesus Histórico, p.149).
Jesus fez uso também do método da dramatização ao
ensinar ao povo, e o empregou tanto de modo formal como informal. Neste método
aplica-se o princípio de se aprender fazendo, sendo mais eficiente do que apenas
dar uma aula ou de ouvir uma preleção. Provavelmente empregou este método de
forma contundente quando instituiu o Batismo e a Santa Ceia. O Batismo
representa a ressurreição de Cristo dentre os mortos, e a Ceia do Senhor
representa seu corpo quebrado e seu sangue vertido para a redenção da
humanidade, e por conseguinte, nossa participação nos benefícios dessa
esperiência quando reconhecemos em Jesus a salvação.
Incontestavelmente, o método mais usado por Jesus foi
o de histórias ou parábolas. Podemos afirmar que Jesus se destacou como o maior
contador de histórias que o mundo já teve. É considerado o método que toma o
primeiro lugar em seus ensinos. Suas histórias
são mais lembradas que outros ensinos dele.
Price (2008) diz : “A parábola é uma história ou
ilustração tirada de algum caso conhecido ou comum da vida, para lançar luz
sobre outro caso não muito conhecido. É uma apresentação viva e colorida da
verdade”. William Sanday, citado por
Price acrescenta: “São cenas, ou histórias curtas, tiradas da natureza ou vida de casa dia, que apresentam algum
pensamento ou princípio essencial que pode ser levado e aplicado ao alto nível
espiritual da vida humana” (p.120). Os que rejeitam fatos e argumentos, com
satisfação ouvem históras.
É importante ressaltar que o método de histórias é de
suma importância no ensino. Sendo de forma concreta, apela à imaginação, tem
estilo fácil e livre, assaz eficiente e interessante. Reconhecemos também que
as comparações têm sido caracterizadas como parábola em embrião . O vocábulo
parábola, aparece cinquenta vezes no Novo Testamento . Em última análise,
através deste eficiente método prende-se a atenção do aluno, ao narrar estas
histórias lança-se luz sobre algum princípio ou verdade abstrata já enunciada,
como também serve para apresentação da
lição toda.
Horne, citado por Price, nos dá uma lista total de
sessenta e uma parábolas ou histórias, sendo:
Referência
|
Quantidade
|
Exemplo
|
Pessoas
|
34
|
O bom samaritano
|
Animais
|
04
|
A ovelha perdida
|
Plantas
|
07
|
A semente de
mostarda
|
Diversos
|
16
|
As 4 qualidades da
terra
|
(Price, 2008, p.122)
Se Jesus não houvesse
lançado mão desse método, certamente, não teria encontrado nada tão eficiente
como as parábolas e histórias.
Borchet diz que Jesus
sabia como manejar a antiga arte de fazer provérbios, com uma perícia
consumada. O autor sem mencionar outros assuntos, cita uma lista dos animais
que foram usados em suas parábolas: camelo, raposa, lobo, serpente, cão, boi,
jumento, ovelha, bezerro, porco, peixe, abutre, galo, galinha, pintinhos,
pomba, pardal, mosca e escorpião (p.151).
J.M. Price (2008) cita o exemplo extraordinário de
aula inteira dada por Jesus através de histórias, as quais encontram-se no
capítulo 15 do Evangelho segundo Lucas:
Quando os fariseus e escribas lamentaram o fato de
Jesus viver na companhia de publicanos (coletores de impostos) e pecadores (a
ralé social), o Mestre responde a tais críticas não com argumentos ou censura,
e, sim, com três histórias – da moeda perdida, da ovelha perdida e do filho
perdido. Todos (moeda, ovelha e filho) eram de algum valor, mas todos estavam
perdidos, dando assim ocasião à grande
tristeza. No mesmo caso estavam aqueles publicanos e pecadores, de algum valor ainda, embora todos perdidos e que ainda
mereciam alguma atenção e interesse da parte dos escribas e fariseu. Todos
foram diligentemente procurados e achados; e se tornaram objetos de grande
regozijo. Igualmente aqueles párias e desviados deviam ser procurados,
novamente recebidos e reintegrados com grande regozijo, em vez de serem desprezados, como de
fato o eram, por aqueles mestres de religião do tempo de Jesus. Que lindo e
inspirador quadro do Mestre nos dá de regozijo pelo pecador que se arrepende,
em constraste com a atitude desdenhosa daqueles supostos chefes de religião! Já
não se fazia necessário mais nenhum argumento ou explicação. Com a arte do
Mestre por excelência, colocara-se diante de daqueles críticos, e de sua
atitude pecaminosa, o espelho da verdade divina (Price, A pedagia de Jesus; o
mestre por excelência, p.123,124).
Sabe-se que antes de Jesus vir, certos grupos humanos
nada valiam, nada representavam. Entretanto, Jesus reconheceu o valor do homem,
como nenhum outro mestre havia feito. Em última análise, o ensino dele levou o
mundo a ver que Deus não faz acepção de pessoas, independente da cor, raça,
status, etc, pois todos são preciosos a seus olhos. Em sua relação interpessoal, Jesus sempre
deseja tratar das feridas da alma e cuidar do bem-estar das pessoas. Ele corria
todos os riscos por causa de um ser humano. Não devemos nos esquecer de que o
Mestre do Amor é o maior exemplo de sabedoria, perseverança e compaixão.
3. Considerações
Finais
De forma sucinta, pudemos no artigo em apreço,
discorrer sobre os objetivos e alguns métodos do ensino de Jesus. Na verdade,
ele foi o Mestre consumado no uso de aulas objetivas, bem como no emprego do
método de dramatização, de histórias e parábolas. Fez com que essas verdades
fossem lembradas e repetidas por todos os séculos. Vimos também que os
objetivos de Jesus foram alcançados de forma eficiente. Os frutos de sua obra
não só mostram sua superioridade como professor, como também justifica a ênfase
que ele deu ao ensino. Boussett citado por Price (2008) não exagerou em nada
quando afirmou: “Praticamente todos os avanços da humanidade nestres últimos
dois mil anos devem ser atribuídos a Jesus, como o principal inspirador de
todos eles” (p.141).
Apesar de não haver deixado nada escrito, Jesus é mais
citado do que qualquer escritor que já viveu neste mundo. Em última análise,
indubitavelmente sempre temos algo a aprender com aquele que praticamente
empregou aqui e ali, pelo menos em embrião, os métodos educacionais utilizados
no mundo hodierno.
4. Referências Bibliográficas
PRICE, John Milburn. A Pedagogia de Jesus: o mestre por excelência. Tradução Waldemar W.
Wey – Rio de Janeiro: Bom Pastor: Sabre, 2008.
BORCHET, Otto. O
Jesus Histórico. São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 1985
FREITAS, Nilson Guedes. Pedagogia do Amor. Rio de Janeiro: Walk, 2006.
CURY, Augusto. O
Mestre do Amor. Rio de Janeiro: Sextante, 2012
ALMEIDA, Natanael. Coletânea de Ilustrações. São Paulo: S.R. Edições Vida Nova, 1987
terça-feira, 3 de dezembro de 2019
Sete Cartas às sete Igrejas da Ásia - Por Joel Leitão de Melo
Deus sabe das obras de todas. Algumas coisas Deus aceita, outras Ele reprova. Aquelas cartas têm referência a cada igreja ou a cada crente. Nós trabalhamos para Deus, umas coisas fazemos de acordo com a vontade de Deus, outras são erradas.
Estas sete cartas representam "as coisas que são" , o tempo presente. Desde João escreveu até a vinda do Senhor, cada crente precisa examinar a palavra de Deus para agir como Deus aprova.
Éfeso (2.1-7). Deus aprova: obras, trabalho, paciência, zelo, doutrina, disposição para sofrer, atividade e perseverança.
A falta: "deixaste o teu primeiro amor" - O amor a Deus tinha diminuído.
Nossas igrejas têm muito menos coisas boas do que Éfeso, imaginemos quando falta para agradar a Deus. E nossa vida individual?
Smirna (2.8-11). Deus não especifica as obras, mas a tribulação e a pobreza. Era rica para com Deus. A recomendação é "não temas",mas prediz uma tribulação de dez dias. São entendidos como dez perseguições oficiais movidas pelos imperadores romanos. A exortação é "sê fiel até a morte..." O sentido não é até morrer de velho, mas até enfrentar a morte se for necessário. Quer dizer o martírio. Em Smirna Deus nada reprovou.
Pérgamo (2,12-17). Deus diz: "eu sei onde habitas que é onde está o trono de Satanás". Era difícil ser crente ali, mas aquela igreja manteve o nome de Deus, não negou a fé (v 13). Deus reprova a tolerância para os que seguiam a doutrina de Balaão. Representa a união da igreja com coisas corrompidas do mundo. Havia tolerância também para os seguidores dos nicolaítas. Julga-se que era doutrina do mesmo sentido da de Balaão. Deus aborrecia (v.15). A exortação era: arrepende-te.
Tiatira (2.18-29). Deus via obras, amor, serviço, fé e paciência. E as últimas obras mais do que as primeiras. Havia só uma coisa contra. Tolerava o ensino de Jezabel. Era mulher, como a rainha que oficializou o culto idólatra em Israel (1 Rs 16.31;21.15), que ensinava aos crentes de Tiatira o engano da prostituição e da idolatria.
A exortação e a promessa eram para uns restantes (vv 24,25) reterem o que tinham da Palavra de Deus. A outra estava reprovada por Deus.
Sardo (3.1-6) Havia obras, parecia viva, mas para Deus era morta. A exortação é: "Arrepende-te". Muitos crentes hoje têm obras que Deus reprova. Só uns poucos em Sardo eram fieis. Esses seriam recebidos pelo Senhor.
Filadélfia (3.7-13). Filadélfia quer dizer amor aos irmãos. Nesta Deus nada ordenou.
"Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação". Isto fala da Grande Tribulação. Esta promessa é uma prova de que a Igreja não passará pela Tribulação, Deus promete guardar "data hora". Antes a Igreja será arrebatada.
Laodicéia (3.14-22). Nem era fria nem quente a igreja rejeitada por Deus. Os crentes achavam-se ricos, tinham programas, atividades, beneficência, de acordo com seu modo de pensar, Deus estava de fora. Nada prestava naquela igreja.
Jesus Cristo faz um apelo individual: "Se alguma pessoa atendesse ao apelo de Jesus, teria comunhão com Ele e se sentaria no trono para reinar.
Fonte: MELO, Joel Leitão de. Sombras, Tipos e mistérios da Bíblia. Rio de Janeiro, CPAD, 1989.
segunda-feira, 2 de dezembro de 2019
EDUCANDO E EVANGELIZANDO COM JESUS CRISTO: GEPACNET - LIVRO EM ÁUDIO: O HOMEM QUE ORAVA
EDUCANDO E EVANGELIZANDO COM JESUS CRISTO: GEPACNET - LIVRO EM ÁUDIO: O HOMEM QUE ORAVA: ESCOLA CAMPO MISSIONÁRIO NÃO EXPLORADO PASSATEMPO CPL MODULO AMARELO CPL MÓDULO VERDE FINANÇAS CPL MODULO AZUL MATERI...
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