Uma postura anti-israelense sempre agrada o público na
maioria dos países. A Irlanda é um deles, já que a antiga relação do IRA com a
OLP está profundamente arraigada na mente das pessoas. Mas, um cineasta irlandês
deu uma surpreendente meia volta nesse assunto.
O cineasta
irlandês Nicky Larkin causou furou em seu país. Ele é uma das personalidades
mais proeminentes no mundo do cinema local. E nunca fez segredo de suas
opiniões políticas. Em relação a Israel, ele também estava plenamente afinado
com a tendência generalizaa de seu povo, onde a opinião pública é
majoritariamente contrária a Israel. A onda de indignação que ele desencadeou
deveu-se a um texto publicado no site www.independent.ie. Sua frase de abertura já deixou muitos leitores
pasmos: “No passado eu odiava Israel”. E ele continuou escrevendo: “Mas agora
eu abomino o terrorismo palestino. Acabei reconhecendo porque Israel precisa
ser inflexível”. Larkin tenta explicar a seus leitores o porquê dessa mudança
de postura.
Em seu
relato, feito de um modo muito especial,
Larkin conta sobre sua estada no Oriente Médio. Ele havia planejadoa
viagem coletar material para seu novo filme acerca do conflito
israelense-palestino. Pôs-se a caminho com ideias pré-concebidas, marcadamente
de rejeição ao sionismo. Continua seu relato dizendo que, afinal, no passado
sempre apoiou campanhas pró-palestinase contra o Estado de Israel. O filme que
ele queria rodar na regiãose propunha a
entoar “mais hinos à luta palestina”. Mas foi justamente a visita ao Estado de
Israel, olhado com desconfiança por ele, que o levou a mudar radicalmente sua
opinião.
Permaneceu
sete semanas na região. Passou a metade do tempo em Israel e a outra metade na
Margem Ocidental. Ele relata que o mantra dos mártires o acompanhou passo a
passo no lado palestino. Isso o deixou pensativo, pois sempre havia se
empenhado por uma solução pacífica do conflito. Mas, perguntava-se ele, sua
postura pró-palestina baseada em uma luta não-violenta poderia ser conciliada
com as declarações dos maiores expoentes da Autoridade Palestina, que não
rejeitam qualquer forma de violência, pelo contrário, a enaltecem e justificam?
Ele ficou
definitivamene confuso quando encontrou pichações na Margem Ocidental não
somente engrandecendo a violência em si mas viu inúmeras cruzes suásticas
pintadas em paredes e muros.
Isso
permitiu, pela primeira vez, que ele conversasse de forma menos parcial e
desconfiada com os israelenses, com gente simples nas ruas. Larkian escreveu em
seu artigo: “De repente eu comecei a compreender como o isolamento é percebido
pelos próprios israelense, um isolamento que já começou com os guetos na Europa
e teve sua próxima estação em Auschwitz”. Ficou conhecendo melhor o que a
violência significa para os israelenses, por exemplo, o que se passa no íntimo
de um jovem soldado que se vê diante de outros jovens que acatam a pedradas a
ele e seus companheiros de farda. Deu-se conta de como a população civil tenta
levar uma vida normal e procura manter a rotina mesmo durante os ataques dos
foguetes palestinos. Sentiu o que isso desencadeia nas almas das crianças.
Resumindo: ele viu o terrorismo transformando vidas.
“Para mim,
foi nesse ponto que começou uma viagem intelectual cujo final não encontrou
muito entusiasmo na minha pátria. O problema começou quando voltei par a casa
com o filme na bagagem, quando cheguei à Irlanda e tentei mostrar os dois lados
da moeda. Na realidade, existem mais do que duas faces, pois nada é
preto-e-branco.
Por isso
chamei meu filho de “Quarenta nuances de cinza”. Mas em Dublin todos só queriam
admitir um lado. Inaceitável não era só o outro lado – era qualquer tom de cinza
e qualquer diferenciação”.
Larkin
declarou sentir-se grato por ter desencadeado uma discussão pública em seu
país. “Um artísta também tem a tarefa de fazer perguntas incômodas. Nem sempre
devemos tentar agradar o público”. Ele mencionou que agora existem diversas
teorias conspiratórias anti-israelenses circulando a respeito de sua mudança de
opinião. “No nível privado, muito discretamente, alguns irlandeses entram em
contato comigo, pessoas que rejeitam o apoio cego à causa palestina. Mas eu
lamento dizer que eles não se manifestariam publicamente a favor de Israel”.
(Zvi Lidar).
Fonte: Notícias de Israel - Obra Missionária Chamada
da Meia-Noite - Agosto de 2013 - Porto Alegre, RS – Brasil.