A FARÇA DO NATAL
O período é de confraternização e
solidariedade. Famílias reunidas, trocas
de presentes e um desejo de doação, caridade e perdão. O natal é comemorado por muitas pessoas que
aproveitam o momento para refletir sobre as ações realizadas ao longo do ano e
agradecer a Deus pelas conquistas. Mas,
ao contrário do que muitos pensam, a
celebração nada tem a ver com nascimento de Jesus. Você conhece a verdadeira origem dessa
festa?
O Filho de Deus não nasceu no dia 25 de
dezembro e não existem estudos bíblicos que confirmem a data. Esse período é de frio intenso em Jerusalém e
seria difícil imaginar um menino
nascendo numa manjedoura, num
estábulo sem proteção, nas
condições de extremo frio daquela região.
O mais provável é que Ele tenha nascido entre março e novembro,
quando as condições climáticas são mais
amenas. Então, por que o dia 25 foi escolhido para ser o aniversário de Jesus?
A origem da celebração não é
bíblica. Existia uma festa pagã
celebrada no dia 25, que comemorava o nascimento do deus sol e se chamava “Natalis Solis Invicti” (Nascimento do
Sol Invencível). Essa festa esteve
inserida de uma forma intensa nos costumes populares há milhares de anos. Por volta dos anos 300, depois de Cristo,
quando o imperador Constantino se declarou cristão, o cristianismo foi colocado
em um nível de igualdade com o paganismo. Por isso, muitas celebrações não
foram exterminadas pela influência cristã.
O natal, então, surge como uma
sacralização de uma comemoração que já era realizada pelas religiões
pagãs. Ou seja, tornaram sagrada uma
festa que era profana, na tentativa de transformar as religiões pagãs em cristãs.
Hoje, o que se faz é o mesmo culto ao
deus sol, que ganhou outro nome e já
teve tantos outros. Nos tempos da Grécia
antiga, antes mesmo do Império Romano, ele era chamado de Zeus. No Egito, era chamado de Osíris. O dia
25 de dezembro foi, portanto, a
data escolhida para a celebração desse deus pagão. Para os sumérios, o nome era
Tamuz. Ele morreu durante uma
caçada e o seu corpo ficou caído sobre um tronco apodrecido. No local,
nasceu um pinheiro. Em toda
celebração a esse deus, tornou-se comum levar um pinheiro para casa, para
simbolizar o seu renascimento. Qualquer semelhança com os dias atuais não é
mera coincidência.
Enquanto muitos comemoram essa festa que
em nada tem a ver com o nascimento de Jesus, os judeus celebram a vitória no
combate ao deus sol, o mesmo deus pagão do natal. Isso porque, no ano de 169 antes de Cristo, o
governador sírio Antíoco invadiu o Templo Sagrado, em Jerusalém, e colocou uma estátua de Zeus no
local. Antíoco havia decretado o fim da
religião judaica e destruído diversas sinagogas. Os sírios assumiram o controle
de Jerusalém e isso revoltou os judeus.
Três anos depois, no 25º dia do mês de Kislev (o 9º
mês judaico), os judeus venceram a batalha. Eles reconquistaram o Templo, retiraram a estátua do deus sol e reacenderam a Menorá (candelabro), que estava apagada. O óleo disponível para manter as chamas
acessas era suficiente para um único dia.
Por um milagre, a chama queimou por 8 dias.
É por isso que esta comemoração é
chamada de Chanucá ou Hanukkah, que
significa “festa das luzes”. Foi durante as comemorações do
Hanukkah que Jesus declarou a Sua
divindade. “Eu e o Pai Somos um” (João
10.30). Ele escolheu a festa das
luzes para anunciar o quanto Ele era especial.
O fato de não se saber a data exata do
nascimento de Jesus não motivo para desconsiderar a Sua celebração. Mas, muito mais importante do que comemorar o
nascimento de Cristo é refletir sobre o que Ele fez. Não adianta cometer loucuras financeiras para
comprar presentes e participar dos
festejos, que se tornaram uma verdadeira diversão comercial.
“O natal é uma época deprimente para
quem não tem dinheiro. Muitos nessa
época do ano sentem-se excluídos, outros se lançam na bebida e nas drogas,
outros caem na depressão, na solidão, alguns até mesmo cometem suicídio”, diz
Renato Cardoso, em vídeo onde explica o significado da festa. Valores como solidariedade e gratidão não
devem ser colocados em prática em um
único dia, mas todos os dias do ano.
Fonte: Folha Universal B2 – 15 de
dezembro de 2013