SANDRO GOMES DE OLIVEIRA. Diretor do Centro de Educação Teológica e Evangelística Shekinah.

terça-feira, 17 de outubro de 2017

O estudo das seitas


As seitas não são apenas um fenômeno escatológico, mas social. Elas destroem vidas, causam anomalia social e transtornos psicológicos irreversíveis. Estamos diante de um fenômeno sócio-espiritual que cresce a cada dia de modo alarmante. Nossa época, e o tipo de sociedade em que nós vivemos, possibilitam aos mais diversos grupos religiosos proliferarem suas ideias, doutrinas e visão de mundo entre nós. Quem são eles? Qual o maior perigo que eles representam para a Igreja e para a sociedade em geral? Diante do caos religioso instalado em nossa “era pós-moderna” é justo que todo estudioso das seitas faça algumas perguntas. Dentre elas podemos destacar as seguintes:
1º O que faz uma pessoa aderir a uma seita?
2º Pessoas se juntam as seitas ou elas são recrutadas?
3º Pessoas são recrutadas por uma mensagem ou por um método?
As respostas não são tão simples assim. Não existe apenas um fator determinante que seja responsável pela explicação. O sociólogo Edgar Morin, afirma que o homem é um ser complexo. Esta complexidade é formada por fatores tais como: cultural, social, psicológico etc.
Paulo alerta os crentes para o fato de não sermos enganados por artimanhas filosóficas mundanas nos seguintes termos: “Tendo cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo” (Cl. 2.8).

I – QUAL O PERFIL PSICOLÓGICO DE UM LÍDER DE SEITA?
Agostinho, o bispo de Hipona, no século V já afirmava: “Não penses que as heresias são produto de mentes obtusas. É necessário uma mente brilhante para conceber e gerar uma heresia. Quanto maior o brilho da mente, maiores suas aberrações”.
Geralmente, o líder da seita é dotado de carisma, magnetismo irresistível, aparência de vencedor, demonstrando grande entusiasmo pela causa que defende ou pelo produto que vende. O poder de convencimento do líder vem por meio do carisma, que pode ser alguma habilidade especial ou divina. Esse carisma é em parte construído pelos adeptos, pois o discurso do líder vai ao encontro dos anseios e necessidades do adepto. O líder sabe que tem a solução para aquele anseio e convence o adepto a aceitá-lo.

II – TÉCNICAS DE RECRUTAMENTO
2.1 – A técnica do Atalho Mental
Somos, de certa forma, programados culturalmente e biologicamente com certa carga de informações pressupostas. Alguns atalhos mentais podem ser criados, enquanto outros já estão na nossa mente, instalados pela nossa sociedade e prontos para serem usados. Exemplos: beleza, cor, sexo, vestimenta, amabilidade, autoridades etc.
2.2 – A técnica da Reciprocidade
É uma subdivisão do atalho mental. A maneira como esta regra funciona é a seguinte: se alguém faz a você um favor, você deve a ele um favor em retribuição. Resultado gerado: constrangimento e culpa.

III – O CONTROLE PÓS-CONVERSÃO
“Uma pessoa modifica o comportamento de outra mudando o mundo em que esta vive” (B. F. Skinner. Sobre o Behaviorismo. São Paulo, Cultrix, 1982. p.55).
Definindo os termos, o que significa ‘modificação do comportamento’? “Trata-se de estabelecer uma correspondência entre ‘recompensas ou castigos pelas ações realizadas’“

3.1 – Controle Psicossocial: O Big Brother das Seitas
3.1.2 – Técnicas de Manipulação Mental
A Enciclopédia de Psicologia define manipulação como: “O gerenciamento e a direção dos seres humanos pelo uso hábil de seus desejos e qualidades, com o propósito de controlá-los com fins sociais, científicos ou políticos, contrários as suas próprias escolhas”. Tipos de controle:
1) Controle do comportamento
2) Controle do Pensamento
3) Controle dos sentimentos
4) Controle da informação

3.1.3 – Controle do Comportamento
É efetuado mediante uma seleção comportamental, isto é, a seita seleciona a vida pessoal do adepto (biológica e social) por meio de controles e/ou restrições.
a) Controle físico – a comida, a roupa, o aspecto físico, o sono;
b) Controle social – tipo de trabalho, tipo de cursos, tipo de amizades, seleção familiar;
c) Controle ocupacional – Nas seitas há sempre algo para fazer. Cada seita tem sua série de comportamentos e tarefas que os adeptos devem cumprir.

3.1.4 – Controle Mental
O que é controle mental? “o controle mental procura nada menos do que desfazer a identidade original de um indivíduo – comportamento, pensamentos, emoções – e reconstruí-la na imagem do líder da seita. Isso é feito controlando, rigidamente, a vida espiritual, física, intelectual e emocional do membro. O controle mental da seita é um processo social que encoraja obediência, dependência e conformidade. O processo desencoraja autonomia e individualidade, ao imergir os recrutados num ambiente que reprime a livre escolha. O dogma do grupo torna-se a única preocupação da pessoa” (Steve Hassan, ex-adepto da Igreja da Unificação do rev. Moon). Essa etapa inicia-se quando é bloqueado o censo crítico da pessoa. O bloqueio se dá pelo seguinte processo:
a) Aprendizagem de uma linguagem própria (clichês);
b) Entoação de mantras, canções, meditações;
c) Doutrinação exaustiva;
d) Atividades constantes: “O objetivo agora é que o grupo pense por eles”;

3.1.5 – Os Clichês e Respostas Preparados Introduzem Preconceitos Mentais
a) Testemunhas de Jeová: Lampejos de luz – verdadeira felicidade, cristandade etc. “Evite ideias independentes… Como se manifestam tais ideias independentes? Um modo comum é questionar o conselho provido pela organização visível de Deus” (A Sentinela de 15/07/1983, p. 22).
b) Igreja Adventista Sétimo Dia: Igreja Remanescente – espírito de profecia – Babilônia a Grande, verdade presente etc. “As seitas destroem a mente por completo. Elas destroem a sua habilidade de questionar as coisas, e ao destruir a sua habilidade de pensar, destroem também a sua habilidade de sentir”.
c) Mórmons: “Um dos primeiros passos da apostasia é procurar imperfeições em seu bispo… Não demora para que a pessoa se afaste da Igreja, e esse é seu fim. Vocês, por acaso, estarão entre os que procuram imperfeições em seu bispo?” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja – Brigham Young, p. 81).
d) Seicho-No-Iê: “Quando o superior tem absoluta autoridade sobre o subordinado e este segue o superior com a obediência total, realizar-se-á aí a ‘vontade de Deus’” (Seicho-No-Ie).
e) Igreja da Unificação: “Eu sou um pensador. Eu sou seu cérebro” (Rev. Moon).
3.1.6 – Controle dos Sentimentos
Isto permite manipular os sentimentos da pessoa:
a) Medo Externo – criando um inimigo externo.
b) Medo Interno – temor em deixar o grupo.
c) Culpa – por não se enquadrar dentro das regras internas (senso de utilidade).
3.1.7 – Controle da Informação
a) Privação de senso crítico interior (exegese bíblica e algumas literaturas do grupo proibidas);
b) Privação de informações exteriores (contato com literaturas religiosas e ou seculares).



3.1.8 – Qual o Resultado Final Alcançado com este Controle?
“O controle de outras pessoas, aprendido desde muito, cedo vem por fim a ser usado no autocontrole e, eventualmente, uma tecnologia comportamental bem desenvolvida conduz a um autocontrole capaz” (B. F. Skinner. Sobre o Behaviorismo. São Paulo, Cultrix, 1982. p.55).
Conclusão
A única maneira de não sermos enganados por líderes manipuladores é aprendermos a nos render somente a Jesus Cristo, conhecer profundamente a Palavra de Deus, e procurarmos utilizar as ferramentas que a apologética coloca diante de nós, para reconhecermos e então combatermos de modo eficaz os erros de líderes ávidos por poder e controle.        - Irmão J.S.

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