SANDRO GOMES DE OLIVEIRA. Diretor do Centro de Educação Teológica e Evangelística Shekinah.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

SÃO MATEUS, O REPÓRTER

((Na visão do Jornalista Galileu Nascimento - Sec. da Ass. Latino Americana de Imprensa)

Repórter é aquele que leva para conhecimento do público, o fato de que foi testemunha.  O modo pelo qual ele se serve para transmitir o fato testemunhado, tem passado por extraordinários processos de evolução, vindo desde as misteriosas inscrições em cavernas, passando pelas taboinhas de barro dos velhíssimos sumerianos e caldeus; pelos papiros e pelos pergaminhos, para atingir o papel,, e se servindo dos mais variados sistemas de gravações, desde primitivas entalhadeiras à cunha, ao cinzel chegando aos modernos e maravilhosos processos de nossos dias, com acentuado destaque para o satélite artificialo, e para o "off-set". Também a via oral é utilizada para realização do jornalismo.  Na transmissão oral da notícia, podemos tomar aquele legendário herói grego que pelejou na batalha de maratona.  Ele não morreu na luta sangrenta, não correu diante do inimigo mais forte, antes, correu 42195 quilômetros para levar a manchete imortal ao aflito povo grego:  "ALEGRAI MEU POVO PORQUE VENCEMOS".  Este herói guerreiro é também um típico jornalista, e porque não considerá-lo também um mártir, senão, o  primeiro do jornalismo? Assim vemos, que é de uma dimensão infinita a sua conceituação exata, tando do jornalista como do jornalismo.  Ao longo da história da civilização, o escritor tem feito as vezes do repórter e com ele se confunde de maneira maravilhosa.  O filósofo grego Xenofronte ao relatar, em livro, a retirada "De Belo Galico", embanhou a sua espada sangrenta de conquistador, para se transformar em repórter e fez jornalismo.  Marco Polo, ao nos relatar suas "Viagens Maravilhosas", foi repórter e fez jornalismo. De certa forma, Dante ao escrever "A Divina Comédia", enquadrou-se singularmente na reportagem e fez elaboração jornalística.  Pero Vaz de Caminha, ao escrever a sua famosa carta ao Rei Don Manuel, para lhe anunciar a descoberta do nosso país, transformou-se em um extraordinário repórter, imortalizando-se como "o primeiro repórter do Brasil", e sua carta, é em toda plenitude, o primeiro jornal redigido e impresso no Brasil.  Camões ao escrever "Os Luzíadas", se tornou no mais espetacular de todos os repórteres com o seu lado tipicamente sensacionalista, e a sua epopéia se tornou no mais extraordinário de todos os jornais depois do Evangelho de São Mateus.  No Brasil são incontáveis os escritores e os livros , trabalhos jornalísticos.  O francês, Jean de Lery, é repórter legítimo ao escrever as suas "Viagens às Terras do Brasil", que maravilhoso jornal!  O alemão Hans Stadem, ao escrever o "Meu Cativeiro Entre os Índios do Brasil", foi repórter e seu livro é um jornal.  O Visconde de Taunay, foi um estupendo   repórter nos seu livros que narram episódios da guerra contra Solano Lopes e, o  ponto culminante das suas reportagens está na "Retirada de Laguna".  Euclides da Cunha, além de escrever, no seu tempo,  para o grande jornal narrar em seu livro "Os Sertões", a tragédia espantosa da Guerra dos Canudos.   Seria um alongar imenso e desnecessário procurar exemplos marcantes para justificar o meu ponto de vista.  Isto posto, vejo a personalidade puramente de repórter, que leve o apóstolo São Mateus - O Evangelho segundo São Mateus, é em toda sua plenitude, a mais extraordinária reportagem jamais redigida pela mão humana. Tecnicamente foi uma reportagem perfeita, e isso nos confirma a Grande Enciclopédia Larousse.  Na reportagem,  encontramos em São Mateus um repórter autêntico, meticuloso, cuidadoso e pesquisador, principalmente pesquisador. A pesquisa e o fundamento do repórter. Além da narrativa dos fatos testemunhados, encontramos a pesquisa fecunda e atenta. Relata a genealogia humana de Jesus Cristo oferecendo para a posteridade a árvores genealógica do Senhor.  Pesquisou as circunstâncias do nascimento de Jesus e as relacionou com os antigos textos proféticos. Depois encontramos as pesquisas dos primeiros tempos da vida do Senhor, até quando ocorreu a fuga para o Egito.  Terminada a pesquisa anterior ao ministério de Jesus, São Mateus torna-se então , no repórter dos fatos que assistiu, integrado que estava como um dos apóstolos de Jesus Cristo. Chamou ainda a atenção para a perfeição da exposição feita pelo apóstolo repórter, o que indica ter sido ele possuidor excelente bagagem cultural.  São Mateus (Mateus Repórter), Antes da sua conversão exercia em Jerusalém as funções de cobrador de impostos, não como um belequim fiscal, mas como um agente fiscal mais alto, e essa  profissão o apresenta como sendo um homem de conceituado nível cultural.  Haja vista a perfeição técnica dos textos jornalísticos. O apóstolo-repórter, desde o momento em que aceitou seguir a Jesus Cristo, não mais se separou do Mestre. Esteve junto Dele em todos os instantes, até a sua morte e sua ressurreição e depois até a  sua ascenção ao céu.  Então, com aquele cuidado que deve ter todo jornalista, quando em sua função.   Mateus não deixou de anotar um til, uma vírgula, um passo, um gesto de tudo  que falou ou fez o  Senhor.   Por isso é que somente no Evangelho Segundo São Mateus, é que iremos encontrar em sua íntegra o Sermão da Montanha., esse ponto culminante do pensamento.  Por isso  há quem afirme ter sido São Mateus um exímio taquígrafo. Essa hipótese é perfeitamente aceitável,  pois somente em  Mateus é que iremos encontrar em sua íntegra, o texto arrebatador que transformou o curso da história humana.  Ao longo dos textos encontramos sempre o apóstolo-repórter, altamente preocupado com a verdade, ido por isso buscar nos textos antiquíssimo, textos que hoje  conhecemos  por Velho Testamento, a confirmação da missão messiânica do Senhor Jesus Cristo para, em assim procedendo, confirmar-se um autêntico repórter.  Assim, como nós jornalísticas de hoje, queremos sempre estar documentados  para não sermos depois desmentidos, assim, também, São Mateus Repórter, buscou nos velhos textos a documentação completa, e indispensável para comprovar a missão messiânica de Jesus Cristo. Não  é assim que deve  proceder um bom repórter?  É isso que é um jornalismo realmente autêntico.  
Jornalista Galileu Nascimento  - Presidente da União Cultural "Heleno - Brasileira"  , Secretário Geral da Associação Interamericana de Imprensa

Crédito: Jornal A Raíz - agosto de 1991

Nenhum comentário:

Postar um comentário