SANDRO GOMES DE OLIVEIRA. Diretor do Centro de Educação Teológica e Evangelística Shekinah.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O deus que morre e ressurge

Da união entre Ninrode e Semíramis nasceu Tamuz, mas com um detalhe signficativo: a deusa permaneceu virgem. Aqui está, talvez, a primeira tentativa satânica de dar um falso cumprimento à profecia bíblica relativa ao nascimento de Jesus de uma virgem (Is 7.14), anunciada uns 700 anos antes de Cristo. Na Bíblia do padre Mattos Soares, traduzida da Vulgata Latina, registrou-se a versão grega de Tamuz, que é Adonis.
Tamuz é o tipo do deus que morre e ressuscita personificando as forças vivas da natureza. Morre com os calores estivais e ressurge com a Primavera. Era conhecido na Suméria, segundo alguns, cerca de três mil anos antes de Cristo, mas consta, todavia , como filho do casal fundador de Babilônia, logo após o dilúvio. Penetrou posteriormente em outras nações e até mesmo no recinto do Templo de Jerusalém.
“Então ele me levou à entrada da porta da Casa do Senhor, que está do lado do norte, e vi ali mulheres assentadas chorando por Tamuz. Ele me disse: Viste , filho do homem? Verás ainda abominações maiores do que estas. Ele então me levou ao átrio interior da Casa do Senhor, e vi à entrada do templo do Senhor, entre o pórtico e o altar, cerca de vinte e cinco homens. De costas para o templo do Senhor, e com os rostos para o Oriente, eles se prostravam diante do sol, virados para o Oriente. Então me disse: “Viste filho do homem? É coisa de pouca monta para a casa de Judá o fazerem as abominações que fazem aqui? Devem ainda encher a terra de violência, e continuamente provocar-me à ira? Ei-los a chegar o ramo ao seu nariz. Pelo que também eu os tratarei com furor; o meu olho não poupará, nem terei piedade. Ainda que gritem aos ouvidos com grande voz, eu não os ouvirei”, Ez 8.14-18.
Adoração ao Sol
Comentando este texto, o Pontifício Instituto Bíblico de Roma afirma: parece que os vinte e cinco eram representantes das vinte e quatro classes sacerdotais, juntando-se o sumo sacerdote, ainda que o caráter sacerdotal deles não seja expressamente indicado. Aqueles que deviam honrar o único Senhor, dão-lhe as costas no santuário a fim de se voltarem para o Oriente e adorar o Sol, que era uma das divindades principais dos babilônios. Fora restaurado o seu culto abominado por Josias (2 Rs 23.11).
Levam o ramo ao nariz: tradução comum, ainda incerta, segundo a qual o texto aludiria ao rito usado no culto solar dos persas, de levar diante da boca um pequeno molho de ervas sagradas para não contaminar, com a impureza do hálito, a atmosfera do sol nascente. Com mais probabilidade, é uma alusão ao rito de levar ao nariz uma raiz desconhecida, símbolo de vida, como para lhe aspirar a virtude mágica, rito expresso na literatura e nos monumentos do antigo Oriente . Observe-se que Ezequiel descreve como representados em Jerusalém não só os cultos assiro-babilônico, mas também os cultos dos povos mais disparatados e mais distantes.
Portanto, a Babilônia espiritual habita dentro do homem natural. Em todas as épocas temos visto sinais e indícios destas ocorrências satânicas. Em nossos dias, estejamos atentos para identificá-las, ainda que se apresentem sob novas roupagens, e eliminá-las.
Fonte: Mensageiro da Paz/Outubro 1998 – Por Abraão de Almeida

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