SANDRO GOMES DE OLIVEIRA. Diretor do Centro de Educação Teológica e Evangelística Shekinah.

domingo, 21 de agosto de 2011

A “Rainha do Céu”

Deus pronunciou severo juízo sobre o povo de Judá e de Jerusalém porque adoraram a “rainha do céu” (Jr 7.17-20); 44.15-19). Mas quem, ou o quê, era essa rainha do céu e como o povo de Israel passou a adorá-lá?
Já no século XXV antes de Cristo, o povo de UR dos caldeus, na Suméria, adorava uma deusa-mãe chamada Ishtar.¹ Mais ou menos na mesma época, a civilização minóica de Creta tinha uma deusa-mãe, que era representada segurando “seu filho divino Velchanos” nos braços.² Posteriormente, o povo de Chipre instaurou o culto a uma deusa que parece ter sido inspirada na Ishtar dos sumérios, mais tarde adotada pelos gregos como Afrodite³ ou Astarote. 4
Os babilônios, que conquistaram a Suméria por volta do século XXII a.C., baseavam suas crenças religiosas nos corpos celestes. Eles viam os planetas como deuses, e identificavam o planeta Vênus com a deusa-mãe sumeria, Ishltar.6
Os babilônios referiam-se a Ishtar como “A Virgem”, “A Mãe Virgem”, “Deusa das Deusas”7 e “Rainha do Céu e da Terra”.8 Eles louvavam a deusa, dizendo frases como: “Ishtar é grande! Ishtar é Rainha! Minha Senhora é exaltada, minha Senhora é Rainha [...]. Não há ninguém como ela”,9 Eles a chamavam de “Luz brilhante do céu, luz do mundo, alumiadora das moradas dos homens, que reúne as multidões das nações; e afirmavam: “Onde pousas os teus olhos, os mortos voltam à vida, os doentes se levantam e andam; a mente do insano é curada quando olha para tua face”.10
Na mitologia babilônica, Ishtar usava uma coroa e estava ligada a Tamuz, que algumas vezes era representado como seu filho e, outras vezes, como seu amante.11
Parece que a Ishtar sumério - babilônica era correspondente à deusa egípcia Isis e serviu de modelo para a Afrodite grega, a Vênus romana, a Nina assíria, a Cibele frígia e romana, a Astarote fenícia12 e a Astarote síria.13 Em essência, todas eram a mesma deusa-mãe.14
Os egípcios chamavam Ísis de “Grande Mãe” e “Mãe de Deus”.15 O culto a Ísis chegou à Itália por volta do segundo século a.C. e, posteriormente, difundiu-se por todo o Império Romano. Lá, a deusa era representada com seu “divino filho Hórus” nos braço e aclamada como “Rainha do Céu” e “Mãe de Deus”.16
Os fenícios adoravam a Baal. O baalismo incluía o culto a Moloque, com sacrifícios de crianças no fogo, e a adoração de Astarote, a Ishtar Rainha dos Céus do fenícios.17
Quando a princesa fenícia Jezabel casou-se com Acabe, rei de Israel (o reino do Norte), ela o induziu a estabelecer oficialmente o culto a Baal em seus domínios (1 Rs 16.29-33; 21.25-26). Essa manobra enredou o povo de Israel no culto à Rainha do Céu. Por causa disso, Deus o castigou com o cativeiro Assírio (2 Rs 17.5-7,16-18).
Atalia, filha de Acabe e Jezabel, casou- se com Jeorão, rei de Judá. Ela o convenceu a fazer o que seu pai havia feito – estabelecer plenamente o culto a Baal em seu reino
(2 Rs 8.16-18). Seu filho, Acazias, que ocupou o trono de Judá a seguir, fez o mesmo (2 Rs 8.16-18). Seu filho, Acazias, que ocupou o trono de Judá a seguir, fez o mesmo (2 Rs 8.25-27), assim como o rei Manassés (2 Rs 21.1-6). Essas ações enredaram o povo de Judá na adoração da Rainha do Céu. Por isso, Deus o castigou com o Cativeiro Babilônico (2 Rs 21.12-14). (Renald E. Showers, Israel My Glory)

Notas:
1.Will Durant, Our Oriental Heritage (New York: Simon and Schuster,1954), 123-24,1045.
2.Will Durant, The Life of Greece (New York: Simon and Schuster, 1939),13.
3.Ibid., 33-34
4.Durant, Our Oriental Heritage, 235.
5.Ibid., 219.
6.Ibid., 256.
7.Ibid., 235.
8.Ibid., 236.
9.Ibid.
10.Ibid.
11.Ibid., 238-39.
12.Ibid.,235,266,288,294-95.
13.Will Durant, The Life of Greece, 178.
14.Ibid.
15.Durant, Our Oriental Heritage, 200.
16.Will Durant, Caesar and Christ (New York: Simon and Schuster, 1944), 523.
17.Durant, Our Heritage, 294-95 e Caesar and Christ, 41.

Fonte: Chamada da Meia-Noite, abril de 2005, p. 17

Obs.: Amigo leitor, peço por gentileza que deixe o seu comentário sobre a verdade citada acima. Desde já, muito obrigado. No serviço do Mestre, pastor Sandro Gomes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário